sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Natal

Feliz Natal e paz em 2014!

domingo, 25 de agosto de 2013

Desbiografia


Aquela moça arrumadinha não existe mais
agora ela mora numa casa bagunçada
é como se a bagunça lhe fizesse companhia

aquela moça tinha uma força que se esvaiu
achava que podia realmente ajudar as pessoas
dizia palavras positivas, animava a todos

agora ela não dá mais conselhos
sabe que o melhor conselho é o silêncio
e cada um que escute o seu

ela achava que tudo devia estar arrumadinho
agora ela acha que não pode perder tempo arrumando as coisas
pois as coisas não se perdem, ficam onde as deixamos

de vez em quando, ela tira um dia para organizar
mas faz com gosto, ouvindo música e cantando

não tem medo da velhice, quer viver bastante
para aprender
também para ver o mar e jardins
e ouvir músicas belas como as do Wado

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Diálogo com Adriana Falcão no 18º PROLER

Adriana Falcão é magra, com jeito de sapeca. Nunca pensou em ser escritora, mas acabou sendo. Aos 16, leu O estrangeiro de Camus, livro que marcou a sua vida.

Tudo em sua vida profissional acontece meio por acaso. Casou com um professor de matemática que abriu uma escola. Adriana redigiu o texto que saiu no jornal para divulgar o empreendimento. Um conhecido gostou e a indicou para uma vaga numa agência de publicidade. Adriana virou redatora chefe dessa agência. 

Separada do primeiro marido, casou com João Falcão, diretor de teatro. Morando no Rio de Janeiro, um programa em que João trabalhava para a Globo, precisou de um texto escrito por mulher. João sugeriu o da Adriana e o diretor gostou. Foi assim que começou sua carreira como roteirista de TV e cinema.

Mas o que Adriana mais gosta de fazer é ser escritora. Tem mais de dez livros publicados, o mais famoso é Mania de explicação que, originariamente, foi uma crônica escrita para a revista Veja.

Adriana explicou as diferenças de escrever para televisão e publicar livros. “No livro escrevo o que quero, para a TV, escrevo pensando no programa e no trabalho da equipe”. A palestra aconteceu como um diálogo aberto, ela e o mediador anunciaram logo no início que os ouvintes podiam fazer perguntas no momento que quisessem.

Adriana veio de carne e riso. Adriana é simples e doce. 

Apaixonada por literatura e leitura, falou sobre as leituras atuais, mas confessou que sobra pouco tempo para ler. Tem lido Mia Couto e Valter Hugo Mãe. Seu cronista preferido é Paulo Mendes Campos.

Todas as perguntas foram respondidas com sincera simplicidade. Adriana insere pequenos diálogos para ilustrar circunstâncias de sua vida e seu trabalho, divertindo a plateia. 

Adriana é irresistível. 

Eu me lembrei daquele vídeo disponível na internet, contendo a única entrevista televisiva feita em vida com Clarice Lispector. Pois assim como Clarice, Adriana veio inteira. Ambas moraram em Recife, mas não nasceram lá. Senti na Adriana a mesma paixão pela literatura que vejo na Clarice: entrega total. 

Clarice dizia: escrevo com o corpo. 

Adriana pode dizer: escrevo com o corpo rindo.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dia do escritor

Olá!

Aproveito a passagem do dia do escritor (25 de julho) para agradecer aos leitores do meu blog.
Informo que continuarei a postar o que der na telha.
Obrigada pela visita!.


Aranha poeta


Com o fio do silêncio
e a franqueza que lhe resta
a aranha noturna e velha tece
o que não será a mais bonita
inovadora ou brilhante teia

Tece escondido
nos vãos esquecidos
com os fios perdidos
da solidão do céu 

Poema finalista do Prêmio OFF FLIP 2013

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A erva-do-diabo

A erva-do-diabo de Carlos Castañeda estava na minha lista dos livros importantes não lidos. Nada como um feriado, acompanhado de um resfriado, para deixar a gente de molho lendo.

O livro é um relato das experiências vividas pelo antropólogo Castañeda, quando foi buscar “conhecimento” com um índio chamado Dom Juan. Esse caminho do conhecimento seria feito com o uso das plantas alucinógenas peiote (mescalina), erva-do-diabo e fumo.

As experiências são muito difíceis, todas dentro de rituais complicados. É um caminho perigoso, terreno desconhecido. O próprio Castañeda reluta e quase desiste por diversas vezes.

Se fosse uma obra literária e ficcional, diria que está bem escrita, com uma pegada envolvente. É narrada em forma de relato cronológico, de acordo com o acontecimento das experiências. Como não é obra ficcional, acredito que foi muito bem revisada e reescrita, até chegar no formato que foi publicada.

O que aprender com este livro: a sabedoria de Dom Juan, como é um estado alterado de consciência e o modo como Dom Juan interpreta as “viagens” de Castañeda..

Alguns ensinamentos de Dom Juan:

Um homem vai para o conhecimento como vai para a guerra, bem desperto, com medo, com respeito e com uma segurança absoluta. Ir para o conhecimento ou ir para a guerra de qualquer outra maneira é um erro, e quem o cometer há de se arrepender.

Para seguir o caminho do conhecimento é preciso enfrentar quatro inimigos: o medo, a clareza, o poder e a velhice.

Você acha que há dois mundos para você... dois caminhos. Mas só existe um. O protetor mostrou-lhe isso com uma clareza inacreditável. O único mundo possível para você é o mundo dos homens, e esse você não pode resolver largar. É um homem! O protetor lhe mostrou o mundo da felicidade, onde não há diferença entre as coisas porque lá não há ninguém que indague pela diferença. Mas esse não é o mundo dos homens. O protetor o sacudiu dali para fora e lhe mostrou como é que o homem pensa e luta. Este é o mundo do homem! E ser um homem é estar condenado a esse mundo. Você tem a presunção de crer que vive em dois mundos, mas isso é apenas vaidade. Só existe um único mundo para nós,. Somos homens, e temos de seguir satisfeitos o mundo dos homens. Creio que foi esta a lição.

Vale a pena ler. Quem é de Brusque, pode pegar emprestado na Biblioteca Pública Municipal.

domingo, 19 de maio de 2013

Leituras do fim de semana

Iniciei a leitura ontem (sábado) às 21 h do livro o Apocalipse dos trabalhadores de Walter Hugo mãe, autor português, nascido em Angola.

A intenção era apenas iniciar a leitura, mas fluiu tão bem, que prosseguiu noite afora (claro, com pequenos intervalos), até quase duas da manhã. Em dado momento liguei a TV, pois queria assistir Os gêmeos (grafiti) no Altas Horas (Globo aberta).

Bem, quando a gente não larga um livro, é porque é muito bom. A sinopse você encontra no site da editora Cosac Naify. É o terceiro livro que leio desse autor, A máquina de fazer espanhóis e O filho de mil homens também são ótimos.

Ao terminar a leitura de ontem, deveria dormir, mas sabe como é, a caixa do frete da Cosac tinha outros atrativos, o Flores do Mario Bellatin, autor mexicano, publicado em 2009 no Brasil.

Flores é lindo de morrer, cru, li algumas páginas ontem à noite e acordei querendo prosseguir a leitura. Terminei ainda antes do almoço.

O que esses dois livros tem em comum, é que são maravilhosos, inovadores e tratam das grandes questões da humanidade: morte, religião, amor, sexo, solidão, abandono, preconceito.

Santa Cosac Naify! Bibliotecária que sou, aceitaram meu cadastro como professora, daí ganho 40% de desconto nas compras. O frete pra Brusque é meio salgado, mas vale a pena.

Além desses dois livros, li de passada a revista Gloss de maio. Traz uma entrevista com a blogueira Julia Petit e várias dicas para quem quer se aventurar como blogueira.

As leituras me deixaram muito feliz, não por conta de algum final feliz das personagens. É que quando leio um livro muito bom, genial, diferente, humano, fico completamente feliz, humana, vibrante e um pouquinho louca.

Feliz assim, fui pra cozinha e, inspirada, fiz um salmão com batatas, acompanhado de vinho tinto barato, o único que tinha em casa, ouvindo Sgt Pepper´s (Beatles), da minha antiga e pequena coleção de CDs.

Mas eu precisava, antes da soneca da tarde e ainda saboreando o vinho com morangos e chocolate, gritar, dizer, comentar no meu blog das minhas leituras desse fim de semana, mesmo que do outro lado esteja apenas eu lendo, no espelho da tela do monitor.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Meu livro de poemas

 Aí está meu filho mais recente, contendo a minha produção poética aqui do blog e também diversos textos inéditos:

 

Pode ser comprado nas Livrarias Curitiba, ou por meio do site http://www.livrariascuritiba.com.br

quinta-feira, 28 de março de 2013

Noite estrelada

A noite pode alcançar
uma alma triste
a noite ao alcance de uma alma

A noite pode colocar
estrelas no meu coração
pode colocar estrelas no teu triste coração
estrelas com gosto
de mar

A noite me acorda para o lado
sossegado da vida

A noite me adorna adormecida

Até os prédios ficam bonitos no escuro da noite
lembram árvores de natal

gigantes